Pela estrada de Ouro Fino Ainda passa o boiadeiro Seu pensar é no menino Tem no peito desespero Ao chegar lá na porteira Vem a dor no coração Vê a cruz lá na estrada E o ranchinho beira chão Tudo ali ficou vazio Só resta recordação Daquele rosto trigueiro Acenando sua mão Boiadeiro com respeito Se chapéu ele tirou Em frente a pequena cruz Bem baixinho ele rezou Quando ele terminou De fazer a oração Boiadeiro ali chorou Seu pranto foi pelo chão Boiadeiro vai agora Prosseguir sua viagem Naquele sertão afora Levando gado selvagem Bem distante da porteira Boiadeiro acena a mão E no meio da poeira Segue triste o estradão Vai seguindo em passo lento Pela estrada boiadeira Levando no pensamento O menino da porteira