Nad skalistymi khrebtami, gde byvaet sneg v iyule, nad elovymi lesami, chto zabrat'sya vverkh risknuli, nad zamshelym kamnem, nad ruch'em, gde pylaet solntse goryacho, na potokakh voskhodyashchikh, slovno gornyy ugol' cheren, cheren, slovno noch' nezryachikh, videl ya, kak kruzhit voron - v nebesakh iz sinego stekla nado mnoy cherneyut dva kryla. Rasskazhi mne, voron, rasskazhi, krylatyy, kak nayti mne goru, chto skryvaet zlato, u kakogo bora, nad kakoy stremninoy ya pogibnu skoro pod kamney lavinoy. Skoro god, kak ya ostavil gryaznykh gorodov pokhmel'e, i svoi stopy napravil v eti dikie ushchel'ya. Ne rasputat' kamennyy klubok tem, kto ne byl dolgo odinok. Ya bezumen? Nu tak chto zhe! Ne bezumnee, chem gory. Pozdno! Dumat' zdes' ne gozhe! Nynche stanu ya, kak voron: V nebesakh iz sinego stekla budet nynche dvazhdy dva kryla. Pomogite, gory, mne sobrat' vse sily! Day pero mne, voron, dlya moikh dlya kryl'ev, day mne sil podnyat'sya nad skalistym sklonom, day mne otorvat'sya ot moey pogoni. Mne zamenit khriplyy klekot to, chto ran'she bylo slovom. Mne otvetit groznyy rokot vsekh vulkanov na surovom, neponyatnom ran'she dlya menya yazyke podzemnogo ognya. Otrazhayas' sovershenno v ledyanykh ozerakh boli, slovno molniya, mgnovenno serdtse vyrvetsya na volyu. Kto togda naydet moi sledy na lazurnykh zerkalakh vody? Ne ishchi - ne syshchesh' ni sleda na kamne! Slushay - ne rasslyshish', chto poet voda mne. Tol'ko nad gorami, nad elovym borom, nado l'dom, snegami kruzhit chernyy voron. Sobre cadeias rochosas, Onde há neve em julho, Sobre florestas de abetos, Que se atreveram a subir, Sobre pedra coberta de musgo, sobre o córrego, Onde o sol arde quente, Nas correntes ascendentes, Negro como carvão, Negro como noite dos cegos, Eu vi, como voa o corvo - Nos céus de vidro azul Duas asas negras sobre mim. Conte-me, corvo, Conte-me alado, Onde acharei uma montanha, Que esconde o ouro, Perto de que floresta, Sobre que rio, Eu morrerei em breve, Sob que avalanche. Em breve faz um ano que eu deixei A embriaguez das cidades sujas, E dirigi os meus passos A estes desfiladeiros selvagens. Não desenrolará o novelo de pedra Aquele que não foi solitário por muito tempo. Sou louco? Mas então! Não mais louco que as montanhas. Tarde! Não se deve pensar aqui! Agora, eu serei como o corvo: Nos céus de vidro azul Haverá hoje duas vezes duas asas. Ajudem, montanhas, A juntar todas as forças! Me dê uma pena, corvo, Para as minhas asas, Me dê forças para subir Sobre a encosta rochosa, Me deixe fugir Da minha perseguição. Gritos roucos me substituirão O que antes eram palavras. Me respondera o rugido ameaçador De todos os vulcões no severo, Antes incompreensível para mim, Dialeto do fogo subterrâneo. Refletindo perfeitamente Nas lagoas de gelo da dor, Como relâmpago, num instante O coração se libertará. Quem então achará minhas pegadas Nos espelhos azuis da água? Não procure, não vai achar Nenhuma pegada na pedra! Ouça, não vai perceber, O que a água canta para mim. Só sobre as montanhas, Sobre a floresta de abetos, Sobre gelos, neves Voa o corvo negro.