Nas águas de Araçuaí O parto não nasce o homem Nascer é a vida inteira No sol a sol que consome No sol a sol que consome Nas águas de Araçuaí O braço não nasce o punho Alçar é uma certeza Do trabalho além do sonho Do trabalho além do sonho Nas águas do Araçuaí Futuro se mede em corte Na coronha do revólver Ou na faca luzindo a morte Ou na faca luzindo a morte Nas água de Araçuaí Memória é tecer fios Retalhos de rostos perdidos No torpor de perfil fugidio No torpor de perfil fugidio Nas águas de Araçuaí Ser homem é ir É ir aos poucos Aos poucos sendo moldado Pela vigência do solo Pela vigência do solo