Ainda cremos no silêncio da tormenta Enquanto somos escravos da grande dor Ainda temos um momento de clareza Perante aos falsos assíduos no clamor Fecho os olhos e o sinto chegar Alma infame com ódio no olhar Eu sinto a morte que toma o altar e as profecias que emergem do mar Não pode ver em meus olhos a prisão que me cerca nem sequer pôde-me livrar de toda essa amargura. os lábios frios dos corpos jogados em minha cela Demonstram o quanto é viva a dor desta masmorra. Eis a luz entre as grades do destino que nos corrói E o ávido entre os vales é o único que se destrói Com a cicatriz. Cartas foram o que me restou Palavras em meio aos ratos. Não serei um falso súdito Jamais serei seu escravo. Os vales queimam frente a nós Não somos quem podemos ser Os anjos cantam em alta voz O canto dos que irão vencer Rendemos todos os demônios Não somos quem podemos ser Perdemos os nossos sonhos O canto dos que irão vencer. A vingança está descrita Seremos nós a grande ira Em meus olhos impera o ódio Dessa prisão que nos prendeu No limbo.