Querem me pegar no sono Eu sonho acordado e nem durmo Tudo se apaga e a mente acende O submundo noturno Dou luz de turno a turno Trampo em horário oportuno Pra pôr anéis de Saturno E expor cordéis em Netuno Aqui o fluxo é soturno Sempre encontro demônios Rondam meus neurônios Mas no crânio tenho titânio Querem o que eu componho Sou como como urânio e plutônio Sólido raro e caro sobreponho O subterrâneo Bate cabeça abre a superfície Com o intelecto Sem a mesmice, rompo com a planície Dos arquitetos Sujo a marquise do tédio Sou imundície no teto Arte abstrata dura como a crise E quebra o concreto Invade o prédio, e altera o critério Dos seus velhos parâmetros Quem era zero a esquerda Faz zeros mais que diâmetros Analfabetos em série Eram meros agrônomos Caracteres dobram alqueires Rap é fenômeno! Fábricas fonográficas Práticas pornográficas Táticas problemáticas Máquinas, má temáticas Calam com essa gramática Entalam multissílabicas Plásticas biográficas A arte tá tão dramática Nunca tive um rei na barriga Quem tinha era minha rainha E a fome contida era a carta coringa Jogo sujo e cuspo nos pratos No estrelato da liga Brilho em palcos opacos E hoje o anonimato se vinga É um espetáculo fora comum Só clássicos em modo full O rap é número 1 Eu dou meu máximo e o mundo da zoom Rap é fantástico num é pra qualquer um O rap é número 1 Mal criado em blocos e esquinas Com atitude de poucos Mastigava o bloco de rimas E cuspia nos outros DF e Entorno Quer o céu e o conforto Sem Plano e Piloto Querem o topo? Subo o nível todo Até tampa do esgoto Te afundo em 98 E falta fôlego aos 10 mais Bancam de trap Stars Boom bap o rap traz Gangs bem mais que reais Gangsta soul com flow jazz Tão promissor quaato o Nas Quem me enfrentou foi pro jaz Dor de cabeça aos meus pais Eu voei alto demais Desculpa Oscar Niemeyer No underground todo seu teto cai Sou um desafeto em divã Num espaço aberto eu fiz clã Me consagrei no verso poeta de Slam Fazia frio e eu fazia free Sem mic, sem cam Sem kit, sem van Sem hit, sem fã, sem Instagram Corri mais que bus Mais que motor da Viplan Fluxo incontrolável igual Big Pun Real number one! É um espetáculo fora comum Só clássicos em modo full O rap é número 1 Eu dou meu máximo e o mundo da zoom Rap é fantástico num é pra qualquer um O rap é número 1 Faço a fotossíntese Que absorvo em osmose Em contato com a folha em síntese Avanço na simbiose Com lápis sem lapsos Toco o ápice da sinopse Superfície em colapsos Fiz a metamorfose E arrebentei a redoma Despertei desse coma Rimas gravadas no quarto A base de insônia Sinto cada frase que me emociona Fui embora de casa, sai da poltrona Tudo veio a tona Decepcionei minha família Voltei sem diploma Sou um mestre sem Cerimônia! Desafio as leis da física Faço lírica quântica Foda é conter a química Em escrita e fazer a tântrica Habilidade linguística Excita, orgasmo em semânticas Pluralidade artística Em linhas tão monogâmicas Vim de escolas públicas Fiz do rap uma RAPública Repente de rua Cearense vence sem súplica Vim de secas rústicas, acústicas Sem dúvidas Com dádivas Paguei minhas dívidas E devo a música É um espetáculo fora comum Só clássicos em modo full O rap é número 1 Eu dou meu máximo e o mundo da zoom Rap é fantástico num é pra qualquer um O rap é número 1