Meus dias de festa são sem confetes Minha felicidade eu deixei no penhor Meus sorrisos agora são só enfeites Onde que eu pago por um pouco de amor? Vesti minha desilusão e sai Não achei vagas pro meu desespero Não contra mão do amor eu bati E por nunca ter dito eu te amo, fui preso Na companhia da solidão e só Vendo um filme de comédia pra não chorar Tirei do meu coração todo o pó Quem sabe amanhã eu não possa te amar Comprei uma esperança a prestações Devolvi todas as lágrimas a tristeza Contei do bolso todas minhas frustrações Pra pagar com um sorriso sua beleza Enrolei meu coração em um embrulho Dei de presente pro meu amor Meu amor voltou na loja com meu coração E pediu outro presente no mesmo valor Dormi nos braços curtos da euforia Amanheci com a felicidade cantando Joguei minhas amarguras na pia Dei descarga nos medos e fui andando Meus passos descompassados são percussão Meu sangue pulsa como escola de samba Almocei com o prazer, jantei com a satisfação Me encontrei com a soberba e tive uma dança Não é drama, a loucura me persegue Virei a esquina e vi a sanidade morrer Falei com a razão mas ela tava entregue Só me sobrou assisti a coragem correr A revolta é a cor da minha retina Briguei com a paz e mandei ela ir embora Meus dias de Sol agora são cinzas Meu coração ficou podre e joguei ele fora Enrolei meu coração em um embrulho Dei de presente pro meu amor Meu amor voltou na loja com meu coração E pediu outro presente no mesmo valor Angústia já me desce nem com água Aquele aperto no peito eu joguei pela sacada No divã me emancipe da mágoa Pra tristeza apresentei minha carta magna Tumultuado sejam os ciclos do amor Toda rosa tem espinho, todo espinho sua dor O ciúme entre todos é o pior ator A saudade seria cinza se fosse uma cor Enrolei meu coração em um embrulho Dei de presente pro meu amor Meu amor voltou na loja com meu coração E pediu outro presente no mesmo valor