Hoje eu mexo o esqueleto Tô acordando bem cedo Cumprindo o que prometo Enfrentando esse meu medo Botando meu tênis preto Saindo pra caminhar Me tornando referência Olha a minha competência Eu não quero exigência Fecho essa paciência e carregado Bilhete tão cheio que enfrento a CPTM Se você olha não treme Calibrado, a lírica cheia cê sente Mas quem não deve não teme Um filho de Black Block Aguentando essa tropa de choque Navegando com a maré da sorte Eu corrô demais, iê-yeah Eu corrô demais, iê-yeah Eu corrô demais, iê-yeah Eu corrô demais, iê-yeah O sono invade minha mente, mas tudo bem O que me acorda é o balanço do avanço Desse ambulante vendendo no trem Minha rotina é dupla e meu esforço dobrado Mas não recompensado As ideias milionárias são quentes Então olha o pesado Olha o pesado Então olha o pesado Essas correntes eu deixo de lado Você sabe que eu não sou folgado Carrego no peito todo um contexto daquilo que me foi herdado Não levante pauta social se cê não vai viver Vai se foder, reconquistando tudo para a gente vencer O que a gente faz? A gente trabalha, mas não falha É o meu papel, venço na vida e tiro a véia desse aluguel, porra Escrevi várias histórias e agora eu mudo a da minha família Pode me achar soberbo por manter a minha cultura A gente costura toda uma linha narrativa No ponto-cruz dessa cena vazia de tanta postura Mano, não me interesso por beck Seu rapper do bairro copia essa track Ele não aguenta mais um feedback Falando do show cheio de playback Tô chamando o bonde Se tudo der certo, eu abro uma ONG Eu vim de onde eu nunca fujo Vivo falando desse centro sujo