Quis você por demais Muito mais do que pude Não ouvistes os meus ais Teu partir foi tão rude Não notei nos sinais O porquê da partida E pra mim tu já eras... Mais que mais Que a razão da minha vida Como então explicar Em palavras que ama Se não tens mais o ar Se vazia é tua cama E só então se entendeu Que a razão da querela Era... Enfim... Era ela E, também, era eu Era que... Era ela E, também, era eu (Eu... Eu... Eu) Era que... Era ela Era que... Era eu Como quem finge conhecer a própria existência Pus-me a negar, dia após dia, o que já sabia Que em meu desencanto ciente eu fazia Mais, sempre mais, para ter alegria Mas qual os ipês que, em tempos de outono Religiosamente se despedem de suas folhas Vi-me despedindo do amor Por várias vezes até entender Que mesmo as rosas se despedem Das pétalas que as fazem velhas Pra se verem mais bonitas a cada amanhecer Quis você por demais Muito mais do que pude Quis você por demais Muito mais do que pude