Cá à tarde me consome a dor Já não ardes no meu peito, Amor Sei o porquê de todo este temor A me guiar enquanto daqui não for Cá sentado ante ao entardecer Só me agrada o que não posso ver Sei que hei de então permanecer Ao teu lado, amigo, até morrer Cá defronte à imensidão chorei Pelos passos que eu nunca dei E cá perdido entre meus passos sei Que feliz eu nunca mais serei Diz-me então, por que eu vivo, diz? Por que sofro, diz-me o que eu fiz Por que bate ainda o coração Lacerado pela solidão Sei, porém, quando então partir Outro amor, eu sei, tu hás de ter Outras mãos em ti tu vais sentir E em tuas cordas eu sempre vou viver Mas enquanto o tempo não roubar Este sopro que do Pai brotou Vou levar a vida a divagar E amar como ninguém amou Mas enquanto o tempo não roubar Este sopro que do Pai brotou Vou levar a vida a divagar E amar como ninguém amou