Aori… Max B.O. … Nos braços do Redentor!!! Não esqueço a primeira vez que levei minha prosa Da terra da garoa pra cidade maravilhosa De dia, misteriosa, e a noite, maliciosa, Deliciosa, mas tenho que dizer perigosa, Gosto do verde, o rosa, seu brilho, sabores, A capela e o arco, nas calçadas mosaicos bicolores Flores, eu sei que as rosas não falam, Mas elas choram o Canto de Ossanha que os mestres deixaram, Salve simpatia, incensato destino, Deixa a vida me levar, pra ecoar o meu hino, Andanças, por mil e oitocentas colinas Partido tempo, Clara, menina Carolina, Nos braços do Redentor a energia reluz, Max B.O., Aori, Waltinho, a força nos conduz, Vida ensina a malandragem, e a rua é uma escola, Podem tirar o chapéu, mas ninguém tira o Cartola… Não, não! Ah, nos braços do Redentor, eu viro bamba… (Nos braços do Redentor, no brilho do refletor, a origem da Guanabara, a vida não para…) Ah, dos braços do Redentor, eu vi o samba (Samba do trabalhador, rap do batalhador. vivendo a vida real, se esquivando do mal…) Ah, nos braços do Redentor, eu viro bamba… (Malandro véio da Lapa, talento a cada quadra, quem é que encara na idéia, cara a cara…) Ah, dos braços do Redentor, eu viro bamba, (Dos braços do Redentor…) Eu vi o samba… Não somos mais a Capital, mas a pena aqui ainda é capital, Nem vale a pena ir pro hospital, Cena de cinema pra mim é normal, O sistema me condena e me ensina o mal Debaixo dos braços do cara, marginalidade dispara Várias balas sempre em direções contrárias Tribos rivais se matam em batalhas diárias É por isso que chamam essa área de Pequena África Malícia, atividade, o resto que se foda Lapa é malandragem, zoa a noite toda Aqui o ritmo é "Tipo como" o tempo todo Gritos, tiros, conflitos típicos urbanos Do ombro ao cotovelo, da palma a ponta dos dedos Das areias do Arpoador, as bancas do camelô Da arquibancada do Maraca, a todo canto da Baixada O sangue da Riachuelo nos braços do Redentor. Ah, dos braços do Redentor, eu vi o samba… (Samba do trabalhador, rap do batalhador, vivendo a vida real, se esquivando do mal) Ah, nos braços do Redentor, eu viro bamba (Nos braços do Redentor, no brilho do refletor a origem da Guanabara, a vida não para) Ah, dos braços do Redentor, eu vi o samba, (Nos braços do Redentor, a benção do Criador, essência pra que a violência não vença o amor) Ah, nos braços do Redentor, eu viro bamba (Aori veio da Lapa, talento a cada quadra quem é que encara na idéia, cara a cara) Eu viro bamba, eu vi o samba… É o Brasil Original, na medida ideal Rap do batalhador, samba do trabalhador…