Cantador o João de barro Sobre o moirão da porteira Depois da semana inteira De garoa e aguaceiro Encharcou poncho, sombreiro Aperos e invernadas Lavando o suor das manadas Aos olhos deste campeiro Busquei a rima no tempo Enquanto o Sol matrereia Que vem judiando as maneias O laço e o tirador Feito um bagual sentador Que não se amansa por nada Cardando a crina embarrada Num palanque costeador Cardando a crina embarrada Num palanque costeador Este meu verso de barro Marcou de casco a poesia E na alvorada do dia Travou roseta de espora Respingando sem demora Quando apeei na porteira Saiu junto as barrigueiras Pra recorrer campo à fora Saiu junto as barrigueiras Pra recorrer campo à fora E quando enlotei a tropa Nestas estrofes inquietas Marcas da mescla completa De terra, água e trabalho O tranco, o tranco do meu cavalo Todo sujo de querência Faz história em reticências Soltando nacos de barro E o barreiro segue firme Sempre atento no serviço Cantando seu compromisso Num rancho quincha pro céu Enquanto não’algum tropel No passador do banhado Cruza um campeiro emponchado Com barro até no chapéu Cruza um campeiro emponchado Com barro até no chapéu O verso que ainda canta Na hora da desencilha Desapresilha as rodilhas Depois de algum atropelo Deixando um rastro sinuelo Embarrado no estribilho Falando do meu tordilho Mudando a cor do seu pelo Este meu verso de barro Marcou de casco a poesia E na alvorada do dia Travou roseta de espora Respingando sem demora Quando apeei na porteira Saiu junto as barrigueiras Pra recorrer campo à fora Saiu junto as barrigueiras Pra recorrer campo à fora Este meu verso de barro Marcou de casco a poesia