Mauro Silva

Pronde Foi o Esquilador

Mauro Silva


Compadre, me alcança um trago
Pra tosa sair parelha
Embora as folha conheçam
Cada ruga de uma ovelha
Ferro bom, é ferro afiado
Velo grosso, é gastador
Dizia em quanto sentava
O fio do aço, cantor

Vaqueano nas espinhenta
Lidava fazendo graça
Sacava cinquenta e pico
Assoviando uma do Ortaça
De vez em quando um gritito
Se ouvia no desmaniar
Só que te corte na cerca
Por mim não vão te curar

Pronde foi o esquilador
Que teve a vida em comparsa
Quando a sorte era a favor
Pronde foi o esquilador
Pronde foi o esquilador
Um martelo de cachaça
Em seguida o corredor

Mas o destino é patrão
E a sorte mudou de rumo
E do rebanho ficou
Um quanto muito pra o consumo
Agarrou o rumo do brete
Peleando por mais um dia
Quem não tem gente nem changa
Vive só por teimosia

Ainda hoje Seu Preto
Carrega atada com um tento
A corneta enferrujada
Na esperança de outro tempo
Se vai lidando por dia
Desgarreando outra verdade
E às vezes pede outro trago
Enquanto encilha a saudade

Pronde foi o esquilador
Que teve a vida em comparsa
Quando a sorte era a favor
Pronde foi o esquilador
Pronde foi o esquilador
Um martelo de cachaça
Em seguida o corredor
Um martelo de cachaça
Em seguida o corredor
Um martelo de cachaça
Em seguida o corredor

Mas o destino é patrão
E a sorte mudou de rumo
E às vezes pede outro trago
Enquanto esquila a saudade