Nos alambrados do sonho Boleei a cerca da vida Cruzei descampados, potreiros Manoteando as horas perdidas Nos remansos das águas No compasso do tempo Afoguei minhas mágoas Num lacrimejar de lamentos De campesino a tropeiro Dois destinos sem atalho Um, a lua é constante Outro, a ilusão do trabalho Solito fiz da noite canção Solito me fiz cantor Fiz das estrelas candeeiros E nelas me fiz sonhador De tanto andar contra o vento Atei tentos nas barrancas Palanqueando sentimentos Dei de trégua a minha estampa Da mansidão do horizonte Num calejar de agonia Um arco-íris desponta Solitário em calmaria Solito fiz da noite canção Solito me fiz cantor Fiz das estrelas candeeiros E nelas me fiz sonhador