Pelo andar desse tempo Escasso, se precisamos Andei gastando esporas Tropeando gados dos outros Puxando a pulso alguns potros Quando a lida me cobrava Eu não cuidava do tempo Deixei por conta do vento As coisas que eu mais gostava Esse tempo, por escasso Cruzou, de muda, no passo Com o sonho que eu procurava Não sei, morena, se um dia Ainda ergo um ranchito Santa fé, desses barreados Com sonhos dependurados Pela viga das paredes Suor mesclado na terra Com silêncios nas janelas Dessas de ver horizontes Além do olhar da cancela As coisas deste meu mundo Têm as formas definidas Pouca coisa a gente muda No ciclo normal da vida Na primavera tem doma Tropas, em maio pra estrada Lenha, arames, recorridas Encilhas nas madrugadas Lida de campo, aparte Depois, na hora do mate Uma saudade e mais nada Quem sabe num fim de tarde Desses de um dia após o outro O calmo queixo de um potro E um jeito de boas vindas Eu te encontre, minha linda Nesse meu rancho sonhado E veja o rumo da estrada Que o sonho tinha traçado Quem sabe talvez pra o ano Ou quem sabe mais adiante Esse sonho, mesmo escasso Cruze, de volta, no passo Com meu sonho por diante Venha, ao tranco da estrada Trazendo um potro de tiro Gateado iguais aos daqui Mesmo que seja ventena Eu te prometo, morena Que amanso ele pra ti