Canto as coisas que quero O baio que enxergo, o lenço encarnado Toco as coisas que gosto Do rock ao xote, com as vacas do lado Boto macela no mate Ensaio até tarde e o suor me distrai Logo me dá um remorso De ver que esses troço incomodam aos demais Gosto da baia bem limpa Com água e comida prás éguas de porte Comigo até me divirto Bebo até com o inimigo que inveja o meu trote Topo qualquer parada Com essa peonada que enseba o buçal E sempre é manso o retoço Das palmas do povo, saudando o bagual Eta vida danada de boa, se tu não fosses minha Te juro, mimosa, te enchia de prosa e da mais pura poesia Eta vida danada de boa, se tu não fosses minha Te juro, mimosa, te enchia de prosa e da mais pura poesia Nas fronteiras dos meus Mergulho a palavra com os burros n'água E conforme as maneias Salvo algumas porqueiras tocando guitarra Faço qualquer confraria Com essa porfia de agarrar o pinho E com toda a humildade Sigo no mate, quem sabe sozinho Mas, por favor, querência Mantenha a surpresa pra arte dar cria Não destrua a inocência De achar que a tristeza é a nossa alegria Basta! Não faça por nós Por trás de uma voz há sempre um poeta E só por nossa amizade Desculpe as verdades e a prosa sincera