Mauro Moraes

Pegado nos Arreios

Mauro Moraes


E de repente me encontro a vontade,								
Livre da armada do laço,								
Cantando as coisas do pago,								
Com a alma mateando comigo.								
Solto um olhar pro infinito, 								
Com a prosa domando conceitos,								
Talvez por gostar do salseiro								
Das crias chateando no pasto,								

(Talvez por andar preocupado								
Com o gado miúdo alheio...) Bis								

(Eira boi, quem for da tropa, se a lida der um tombo								
E a vida der o troco, a gente de louco cai na volteada								
É a vez lanhar o lombo, da rês lamber o couro								
E de tirar um pouco o cisco dos olhos.) Bis								

Acomodei os troço dos arreios,								
Pus as rédeas no passado,								
Me reconheci bem no trato								
Com o pampa tapeando o sombrero.								
No pala dos meus pensamentos,								
No sangue das minhas verdades,								
No apelo de algum buenas tardes,								
O mundo das minhas milongas								

(Violão, serei eu o peão da ponta								
Com a alma berrando comigo?) Bis