Mauro Moraes

Mundo e Carona

Mauro Moraes


O Sul...que me arregla o passo,									
Assenta os bastos no meu cavalo,									
Emala um poncho campeiro,									
Guasqueando aperos para montá-lo...									
Afirma o pé no estribo									
Conforme o tiro da sua laia									
E sangra a saudade xucra,									
Aguando as rugas da minha cara!									

A dor... que encilha o mate,									
Mangueia em parte o que rebanha!									
E apanha quando se nega,									
Banqueando as rédeas do coração...									
Talvez, logo ali, por diante,									
Ela se amanse pela campanha									
Nos braços de uma milonga,									
Cortando campo para Uruguaiana!									

(E saio a campeirear, saio a campeirear, "no más"...									
Até "lavá" a alma no Rio Uruguai!) Bis									

O amor... que sustenta a casa,									
Arrasta as garras pela mangueira									
E atora achas de lenha,									
Trocando orelha com a criação...									
Assim, de violão no colo,									
Esfrega os olhos pela querência,									
Quarteando outra milonga,									
Atando a doma enquanto pensa!									

...A lo largo, encurtando léguas,									
Boleio a perna enquanto escrevo									
E apeio a prosa com o pingo atirando o freio!