Sobrevive em versos, sobrevive em berços, Solidários vultos, ordinárias sombras. E a vontade oculta de acordar profano, Amanhecer nativo no desatino de agradecer o sono... Libertam-se guitarras, inventam-se porteiras, República de idéias, reduto familiar. As lagrimas vermelhas são longas cordilheiras Que o tempo, boleadeira, costuma sustentar. Por certo a lira lanhada em nervos Num potro negro semeara De tento sonhos na aflição de todos De culpar a sina e ver brotar Da palavra arte, a vontade xucra, Recordando nomes na razão dos homens De levar a vida... Se o canto criou muros e neles fez guerrilhas, O ontem deixou marcas que as vozes repudiam, Os frutos recolhidos dos filhos combatentes São mágoas, são sementes brotando do amanhã...