Uma cantiga estradeira de marcha batida Uma tropilha tordilha pras léguas de chão O vento açoitando meu rumo nas franjas do pala A história vivida não cala o que ficou pra trás O tempo aperta os arreios num livro aberto E a mesma alma que voa é a que tranca o garrão Por ter horizontes nos olhos carrego esta gana Da gente gaúcha e pampeana abençoada por Deus Mirando longe com a lida ao tranco E o pago inteiro dentro do coração De rédea curta reparo o campo Onde as estâncias dão serviço à inspiração Uma prosa se apeia tranqüila na beira do fogo Pra um mate jujado com gosto de essência e raiz A flor que perfuma a poesia rebrota na espera Com cismas de primavera empochanda de luz A vida tranqueia nas abas do meu lombilho E o laço depois de outro tiro descansa nos tentos Meu sul é meu mundo campeiro razão de existência É um verso de amor à querência, é quem fala por mim!