Peço licença nessa hora Pra mostrar minha arte e minha dor Como tudo o que arte é sem pudor Eu coloco aqui minha alma para fora Pois o que eu farei agora Brincar com o que está no inconsciente Pegar tudo o que eu vejo em minha frente E depressa tentar metrificar E fazer o pensamento pensar Inconstitucionalissimamente Pra buscar o que não está na memória Preciso atenção e paciência Ver o certo com desobediíncia E entender o mecanismo da história Eu vejo o ostracismo e a glória Se juntarem em perfeita comunhão Como eva e a serpente de adão Que nos deu o poder do pensamento Mas nos distanciou do fimamento E do artista que foi o nosso artesão A virtude est· em ser virtuoso A verdade est· em ser verdadeiro Na trapaáa se enlaáa um trapaceira Na mentira se esconde o mentiroso A respeito do todo poderoso Poder sempre è seguido de prazer Todo praseroso ent„o devia ser Mas o prazer se alimenta na dor E assim como o frio busca o calor No inferno Deus busca se aquecer H· um milh„o e quarenta e trís mil anos Que o homem d· voltas pela terra Procurando saber onde se encerra A divina comèdia dos humanos No exato momento em que estamos A peleja è de Deus contra a ciíncia Provocando na fè uma decadíncia E na religi„o uma cirurgia Lhe extraindo o valor da liturgia Lhe provando o valor da experiíncia Houve um tempo em que o vision·rio via Mulheres voando em vassouras De telhado em telhado ou em lavouras E dizia que era bruxaria Hoje o tempo è da tecnologia Onde o homem criou o computador Mas o vision·rio perdurou Sû que a bruxa n„o assusta mais nem crianáa Ent„o ele diz com relut‚ncia O que eu vi era um disco voador Quem nasce aqui è daqui Quem vem de l· è de fora Quem foi pra l· foi-se embora E eu estou aqui sem ter pra onde ir Pois mal quando eu bem te vi Fiquei foi pregado no ch„o Eu senti estancar o coraá„o Eu senti o que sente quem ama Eu ardi foi de febre numa cama Em delirios com a tua vis„o