Brisando na lua, latindo da laje, pra vizinho é barulheira Pra filha dele no meu quarto é arte, no looping a noite inteira Pro sr. Prefeito é caso de denarc, não acha nada, só canseira Alcateia formada, não é caô de garagem, nostralaje, sem coleira Só os infame, então deixe que inflame, deixe que derrame Reclame, sem novidade, só lazer pro nosso enxame Por mais que a vida desande, não deixe que te desande Rodiado de aliado, soldado que deixa em pane Paz e amor é legal, não que no assunto eu seja sansei Fulano de tal, me disse que é mal, hoje em dia é normal, fazer tudo o que eu sei Fazendo o que faço, bom humor escasso, quando arrasto os traço lírico pai mei Como quando o coringa, o palhaço, rouba a falsa risada do rei A paisagem é bela pra quem tá por cima, melhor ainda se nem se quer olhar pra baixo Então o que eu acho, o que eu vejo e passo é nocivo pra quem vive em bolha de plástico Acaba com a graça, com a farsa, sem post, sem selfie Se a raça da massa, o estilo ou o cep Ativa a caça, é o crime, a quadrada É a pochete recheada, aba reta do cap Ei, ow, ow Chegaê Vamo vê A fita lá Irmaozão Pega a visão Por que tanto questionamento ser do rap E não estar vestido como tal? (hãn, me fala) Por que quem é do rap e se veste A sociedade intitula e julga sempre como um marginal? (hein) Não posso ser quem eu sou, querem saber onde eu vou Nessa daqui a pouco vão querer até impor meu flow (há, tá bom) Quem não é visto, não é lembrado Prefiro ser aquele mano bem-conceituado Mediador, que não perde a raiz Mantenho a minha marca como deixa a cicatriz O rap de verdade pede bis Te jogam na coleira e você joga um chamariz (é!) Inflamam, como inflama antraz Largado em alcatraz Lavagem é ineficaz Pés firmes me faz sagaz (há) Bom vivant, tipo mzuri sana Bem acompanhado e é gigante a caravana Vai levanta e anda, não caia no conto do vigário Maumbu presente na safra desse novo cenário Permaneço forte, na linha, no meu itinerário Mudança pra mente, já mudei do estágio: Estagiário E eu tô no páreo, na missão, jão! Destino: Camboja Mirei foi logo o topo Como um sopro Sem ter soco Meio oco Sem pagar de loco Humildade enraizada, lado a lado, com o truta pantoja E é melhor se acostumar daqui pra frente Trabalhando em outro nível pra ser o linha de frente Tira a venda da sua cara faz favô Querem vir me rotular, ser uma pessoa que eu não sou Quem me julga é o senhor, e ae quem é você? Soberba e preconceito eu mando logo é se fuder Pra você ver que eu não escrevo pra você Vejo um bando de zumbis sistemáticos Correndo pro abismo, depressivos, frustrados Cê já sabe a caminhada camarada, não se mete Aplauda de pé e assine meu cheque São plaques, pacos e cash Holofotes e flash e flash É o sonho dos muleque, caneta molotove tenta a sorte Nostralaje, megazorde, rapphunkbuddha, foda-se o pop, foda-se o pop Há quanto tempo tô correndo atrás do meu E não vi porra nenhuma prosperar Muito tempo invisível enfureceu Hoje o circo pega fogo, quero ver quem vai apagar Ahhh demoro eu voltei, mais pesado do que nunca pra acabar com animação Quem queria meche a bunda vai pra casa, isso é rap de verdade e vai trazer reflexão Seis tão catando as migalhas do chão, só pra poder ter espaço no show O foda é que meu sonho é tão grande, que nem com o capeta teve negociação Paro pra pensar que essa vida é uma ilusão, minha conclusão e só um detalhe Para pra escutar e você vai perceber que meu som vem de baixo do underground Eu só prometo honestidade pra família nostralaje, vida longa e meu respeito Só quem sabe o que passamos pra faze vira essa firma, mano, sabe o que foi feito