Zé porva na janela, abri a cortina ouvido no vidro Olho no olho não passo despercebido No faço barulho, no espaço entre os entulho O maço é meu disfarce bagulho na face Orgulho no muro pichado pros que foram fichado Uhum, 3 da manhã não é seguro cuidado Mocado os manin no doze, ganham dindin com doze Se interessam começam mas nunca tem um fim, tá doce Pra quem vende, pra quem compra, pra quem curte, pra quem conta Tem no pente, tem na conta, tem cliente, tem a ronda Que passa, apagada na caça, Mulecada na praça, cachaça rima fumaça Neguim disfarça ela enquadra, cata o base sai fora no embaça Fico ligeiro que nem sempre o enquadro vai ser de graça Na minha rua, parceiro é comparça Pm encana na sua não ha nada que você faça Conheço amor não sei, de algumas gostei com várias eu me enganei Por poucas me dediquei em bocas já me encontrei De olhares já me esquivei de touca no deserto de concreto, Esperto, quieto, ouvido aberto Ouço meu nome, na escuridão culpado some, Dentre o lixo bicho homem come, A solidão te consome dia após dia, Há tempos já sentia essa azia Melhor remédio é ligar pras vadia Bora pra onde nasci, onde valor é de senhora que ora pra consegui Cresci onde homem também chora estranho, se sente confuso, reflete se vive a vida ou se nela só tá de intruso Buscando carros e flats, cigarros rolex caps, catarro dos becks Com barro nos seus pés de breck, check O que for falar pros outros serve pra vocês, entrou na minha rua era uma vez. Ouço pedidos de esmola, sinto a marola, no recinto em que jogam bola Pivetes passam na cola, restos de verme na sola, geralmente quem atola Não discerne, levo na epiderme marcas de que a rua é uma escola Nove e meio nem rola feio, se passo pela quebrada já ouviu que eu sei Viu os boot no fio, sentiu arrepio com o assovio, A civil passou suo frio Cena do filme brasil, pivete porta um fuzil no olhar A rota da barca fitar, se ela para entocar, se volta enquadrar Se encana vão forja, se fala vão cobrar, Se tentar vão matar, se contar jão, não vão acreditar.