No domingo a peonada Saiu rindo pras carreira Levando um zaino a cabresto Pra chibiar com os calaveras E a caseira foi prá sanga Deixou um cisco atrás da porta E ao ver os pardais daninhos Tomaram conta da horta Os quero-quero da frente Voaram chamando os outros Para enxotar as galinhas Catando ali uns gafanhotos A estância ficou solita No mais completo abandono Com a cachorrada deitada Na sombra do cinamomo A estância ficou solita Com suas janelas abertas E as portas de par em par O sol é o dono da casa Só deixa o vento passar Sem uma voz de pessoa Prá ariscar os passarinhos Pros olhos de um papa amarelo Campeando ovos nos ninhos Até os oveiros saíram Saíram da toca em busca de ar puro Engolir uns periquitos Comendo uns figos maduros Picando charques calhandras Derrubam os sebos no chão E um gato atenta as rolinhas Na ressonanta do oitão A estância é um lugar santo Tão solitária que é Sem chegar ninguém se apeia Não cruza nem chegua perto A estância é um lugar santo Refrão