Sempre achei que oito Era meu número da sorte E a cada oito anos que passassem Algo de especial iria me acontecer Foi com oito que fiz a primeira canção Com frases de criança Mas com o coração Sonhando com a audácia de crescer No primeiro ano em que eu cresci De dores e dissabores me desiludi Ser criança era tão bom No ano seguinte, sozinha me vi O pedestal e a glória eu persegui Havia me esquecido do meu dom No terceiro ano quase enlouqueci Meus sonhos por centavos eu vendi Fui infratora da minha própria lei No quarto no precipício caí E na imaginação eu me prendi Para sobreviver aos monstros que criei Lembrei que me prometi Que depois de quatro A dor não estaria do meu lado Mas nisso, feio eu errei No quinto a inércia de mim tomou conta Eu não era nem de longe sonhadora Quanto mal a ilusão me fez! No sexto eu me impus o movimento Eu tinha sangue e pus Mas também sentimento Meu coração queria vencer No sétimo, a vida me pediu um empréstimo Confusa e alegre eu me manifesto A cicatriz não estava a doer No oitavo eu me vi no espelho Os sonhos de criança eram os mesmos Eu precisava me encontrar! Para que no ano nove o ciclo esteja completo Preciso recomeçar e me amar do zero É finalmente a hora de voar! Se for pra esperar oito anos, eu espero Está dentro dos meus olhos Dá pra ver que eu quero Largar de vez todo esse verniz Se for pra esperar oito anos, eu espero Inventar uma paciência Pro meu coração sincero Devo seguir o que ele me diz