Em sete noites de São João consecutivas Um grupo de quadrilha Veio na minha cidade se apresentar Levou ao povo empolgação e animação Roubou meu coração Um garoto que estava lá Depois que terminou a apresentação Esse garoto para um baião Me convidou para dançar Derramou caldinho no meu vestido amarelo Quando distraído: Eu te quero No meu ouvido começou falar Levou-me ao ônibus que até lá o trazia Da cor amarela um laço de fita Me deu para com o vestido combinar Limpou a sujeira que na minha roupa Me pediu uma cocada Para saborear Fui comprar tal cocada numa barraca Porém cheguei atrasada E o ônibus já não estava lá A poucos segundos o ônibus havia partido E ainda deu para ouvir um grito Amanhã eu vou voltar Vem cá São João Contos os dias que faltam então Para que o felizardo que roubou meu coração Venha quadrilha apresentar Outro pretendente não quero não Nem me arranjem um noivo para casar Pois não dá para esquecer o som Daquela voz a me xamegar No segundo dia ele me chamou pra uma dança E aumentou minha esperança Quando no rosto me beijou No terceiro dia ele foi mais sem vergonha E da minha boca, atrás da barraca de pamonha Um beijo ele roubou As quadrilhas não faltei um dia Mas só no sexto aconteceria Algo que tudo aquilo marcou Entremos no ônibus escondidos Passamos dos limites permitidos E a noite toda a gente se amou Sai do ônibus desconfiada Sem saber que a minha mãe coitada Tudo aquilo presenciou Nessa hora ela puxou pela mão Sem deixar me despedir então Do rapaz que tudo aquilo ocasionou Brigou comigo muito desiludida E no dia da sétima quadrilha No quarto ela me trancou Mas esperta pela janela fugi Caladinha eu sai Para encontrar meu grande amor Vem cá São João Contos os dias que faltam então Para que o felizardo que roubou meu coração Venha quadrilha apresentar Outro pretendente não quero não Nem arranjem um noivo para casar Pois não dá para esquecer o som Daquela voz a me xamegar Quando cheguei a festa já tinha começado E meu enamorado Perguntou porque não me despedi Disse que não havia ocorrido nada E sorrindo, uma serenata Ele ofereceu para mim Quando o ônibus ia embora Junto dele naquela hora O veículo eu subi Ele me perguntou o porquê daquela loucura E eu disse: Já que sou sua Com você devo partir Então me respondeu que tinha me enganado Que já era um homem casado E não era possível me assumir Que no máximo sua amante eu seria E no próximo ano viria Dançar quadrilha por aqui Falou também que eu era muito especial Que eu não ficasse mal E que gostava muito de mim Depois disso o ônibus partiu Logo depois ele sorriu Dizendo: Eu não vou me esquecer de ti Vem cá São João Conto os dias que faltam então Para que o felizardo que roubou meu coração Venha quadrilha apresentar Outro pretendente não quero não Nem me arranjem um noivo para casar Pois não dá para esquecer o som Daquela voz a me xamegar Cheguei em casa bastante humilhada De safada fui chamada E de um montão de palavrões Mas minha família preferiu ficar calada Me manteram dentro de casa Para manter as impressões Em um mês me conseguiram 13 namoros Um pretendente mais feio que o outro Despistei todas as aberrações Dizia: Minha pureza já não existe Eu já não sou mais virgem E decepcionei seus pobres corações Ainda meu pai um 14o me arranjou Que na minha lábia não acreditou E disse que eu mentia por outras razões Mas Deus finalmente me salvou E a natureza confirmou Todas as minhas declarações Em uma noite só engravidei Uma garota ganhei E ninguém se alistou para padrasto Também não quero acabar com um certo casamento Mas meu coração é do meu moreno Mesmo que ele seja casado Vem cá São João Contos os dias que faltam então Para o felizardo que roubou meu coração Venha quadrilha apresentar Outro pretendente não quero não Nem me arranjem um noivo para casar Pois não dá para esquecer o som Daquela voz a me xamegar