Ancestralidade nos devolve a coragem de lutar Pela justiça pela paz e a verdade E chegou a hora de retomar a identidade E com sororidade lutamos por igualdade E eu sei de onde eu vim Eu sei pra onde eu vou Eu vou ali pegar de volta tudo que ele nos tirou Mas eu não vou sozinha, não Convoco todas as bruxas pra fazer revolução Peço que caiam todas as fronteiras Sem boas maneiras Hoje nós viemos retomar Peço que caiam todas as fronteiras Sem boas maneiras Hoje nós viemos retomar Chegamos pra retomada só peço proteção Empretece as palavras Tomem outra direção Esconderam minha origem Plantaram a rejeição Negar se negue, não foi em vão Reconhecimento entre nós potencializa a força Enquanto vocês tentam nos virar O tempo todo uma contra a outra Cê acha mesmo que eu tô neutra Cidade, campo, ponte, aldeia, quilombo Como eu poderia dormir bem? Agronegócio, genocídio e nós? Retomando territórios ancestrais Costumes tradicionais Língua, dança, trança, voz Calma que ainda vai ter mais Katu, fala pra nós Pensaram que ficamos pra trás Que não íamos correr atrás A gente não só fala mas faz (devolvam) Genocídio, escravidão e machismo nunca mais Genocídio, escravidão e machismo nunca mais Uma preta querendo ser branca, tudo bem né Na hora do carinho cês faz em quem? Sou cria de tia Eva, bruxa, curandeira Cuidava da coluna, idade, sem escolha, fui guerreira Guiada pelas matas, parteira Medicina matriarcal, raiz divina Mulher que ensina cês abomina Aprende a responder desde menina Peço que caiam todas as fronteiras Sem boas maneiras Hoje nós viemos retomar Peço que caiam todas as fronteiras Sem boas maneiras Hoje nós viemos retomar Recuperação Dos espaços que nos pertencem Calar a voz que sempre nos faz duvidar Reparação Deixe crescer as nossas sementes A revolta vai fazer eu tomar o meu lugar Demarcação Devolvam as nossas terras O agro não é pop, parem de nós matar Libertação, libertação Se não for nós vai ser quem?