Voa, então, bem alto, lá Pássaro foragido que cansou de ver O mundo de um ângulo só Vai pelo céu, chão e mar Acha um girassol para guiar Até o astro-rei E a busca o permite ser Ah ah ah, uh uh uh, ah ah ah tão leve, tão leve, tão Chora dona que ficou só Sem o seu canto diário Nunca vai entender Nem tudo tem um porquê Quis sair até encontrar Seu perdido sabiá. Mãe disse, então: Leva a sombrinha que vai chover. Ah ah ah, uh uh uh, ah ah ah, tão leve, tão leve, tão E saiu para longe a procurar Por trás dos montes, por onde nunca pôde estar, por onde nunca foi E viu o sertão que virou mar Tantas gentes, tantas cores, tantos nomes, que custou depois lembrar Mas o tempo nunca levou da memória Aquele cantar sabiá