Eu apertei o meu coração na minha mão Saiu a água, saiu a dor e ficou o amor O amor ardente, efervescente, quebrou a corrente E meus olhos não choram, meus olhos não ardem, só fecham e abrem Eu viajei, dentro de mim, na vida cravada Ficou a impressão da minha mão, do tudo e do nada A minha alegria, a minha tristeza, uma na outra espelhadas Ossos do oficio, ossos da vida, só ossos ficaram Eu apaguei na minha impressão a melancolia A saudade, a ingenuidade, as coisas da vida O que é o futuro se não os medos e os sonhos Que nos empurram, que nos perguntam pelo amanhã Eu ditei, eu rejeitei a minha vontade De te querer, de te sentir, sem igualdade E veio-se a ver o que eu decidi não era a verdade E meus olhos choraram, meus olhos arderam e abriram fechados