Maria Eugenia

Peão Vira-mundo

Maria Eugenia


Eu vinha cortando estrada 
Lá pra bandas da floresta
Tinha um fandango formado
Numa casinha modesta 
Ajeitei o nó no lenço 
Quebrei meu chapéu na testa
Risquei o macho na espora
E foi na mesma hora, eu cheguei na festa

O dono dessa festança
É um homi da cara feia
Ele virou e me disse 
É favor que não apeia
Meu corpo deu um arrepio
E o sangue freveu na veia
Apiei do meu cavalo 
E primeiro estalo foi no pé d'oreia

Ali se arreuniu
Quatro ou cinco indiotas
Nós tivemo um tempo quente
Na beirada de uma grota
Cada rastera que eu dava
Com o cano de minha bota
Quatro ou cinco assuspendia
E depois cai 
No chão de cambota

A negrada arraliara 
No prazo de uns dez segundos
Entrou pro salão adentro 
Foram escondê lá no fundo
Amuntei no meu cavalo 
Despedi dos vagabundos
Saí cortando campina 
Pra cumprir a sina 
De um peão vira-mundo

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