Maria Alice

D de Destino

Maria Alice


A cigana sorriu com seus dentes de ouro
Ao ler minha sorte
Linhas na palma da mão
Para sempre serão
Meu passaporte
Minha mãe me falou sobre a cruz de Jesus
As chagas e os cortes
E o meu pai me entregou seu facão
Guarani
E apontou para o norte
E eu segui por aí

Quero viver
Muito além das fronteiras
Dos que só sabem ser
Pedras de atiradeira
Eu devia saber
Que de certa maneira
Não seremos jamais
Mais que grãos de poeira
Nos céus

Era um D de destino
Um E de esperança ou de encruzilhada
Era um não de nunca
Ou quem sabe de nuvens
E um dia ela passa

Tantas me vi
Tendo que decidir
Entrei o nada e o nada
Mas quem leva certeza
No meio do peito
Não teme empreitada
Que virá a seguir

Quero viver
Muito além das fronteiras nos céus
Era um rei, uma dama, um valete de ouro
Carta marcada
Era um só nosso amor
Era tudo de bom
Era um abracadabra

Veio um raio de Sol pela telha quebrada
Lá na calha d ́água
Era um cheiro de mato e de terra molhada
Na beira da estrada

Era um D de destino
Um E de esperança ou de encruzilhada
Era um não de nunca
Ou quem sabe de nuvens
E um dia ela passa

Era um D de destino
Um E de esperança ou de encruzilhada
Era um D de destino
Um E de esperança ou de encruzilhada
Vem longe vem
Vem longe vem
Vem longe vem