Voa, voa, voa Ela voou e entrou em mim Soa, soa, soa O bate asas não tem fim Abre, abre, abre O corpo para receber Chegou a hora: Entardecer Ela entrou sem nem bater A mulher corvo, curva o corpo e não perdoa Se está atoa, brinca de ser má ou boa Tem muitas formas, ela vira um passarinho Sobe alto no seu ninho Pra espiar quem tá sozinho Ela vira corvo, vira mulher Se ela quer um moço, faz do jeito que quiser Ela é o segredo, é melhor ter medo Pois ainda é cedo e ela vai se aproximar É dona da morte, e o que se dizer E se tiver sorte, te faz feliz Pois não há quem possa se desfazer Se ela que gosta de ver sofrer Te deixa na fossa pra te beber Mas se ela gosta, ela mesma irá dizer A mulher corvo é sabida e veloz Mesmo distante sou capaz de ouvir sua voz Na hora cheia passa como um assombro Empoleirada em seu ombro Pra falar no seu ouvido Se você escuta é porque ela te escolheu E não sinta culpa, escolheu quando nasceu Na hora certa vai saber fazer Com todo esse poder De ser aquele escolhido Ela vira corvo, vira mulher E com o seu corpo ela faz o que quiser Ela mexe um dedo, você vira um brinquedo Dentro do enredo que mesma inventar Voa, voa, voa Ela voou e entrou em mim Soa, soa, soa O bate asas não tem fim Abre, abre, abre O corpo para receber Chegou a hora: Entardecer Ela entrou sem nem bater Veja, veja, veja o que que vai acontecer Ouça, ouça, ouça a sua voz irá dizer Abra, abra, abra as asas pra se entregar Seu corpo aberto pra voar E mulher ave se tornar