Marcos Violeiro e Adalberto

Ladrão de Laranjas

Marcos Violeiro e Adalberto


Quase um dia inteiro na estrada
Na cabine do seu caminhão
Era pomar pra todos os lados
E já veio na imaginação
Eu fingindo que estou apertado
Vou entrar no pomar disfarçado
Saio com as laranjas nas mãos

Encostou seu caminhão na sombra
E saiu meio desesperado
Entrou no pomar de laranjas
Viu que estava tudo sossegado
Apanhando as laranjas na manha
Ninguém vê esta minha façanha
Saio com a sacola lotada

Já de volta encostado na cerca
A sacola já do outro lado
Tava molhadinho de suor
Pois fazia um calorão danado
Foi encostando uma Saveiro
Um sujeito de cara bem feia
Com um revólver pra ele apontado

Veja moço que coisa mais feia
É mexer onde não é seu
Saiba que mexendo em coisa alheia
Já conheci alguém que morreu
Ladrãozinho hoje a cobra fuma
Despeja em meu carro sem faltar nenhuma
As laranjas que você colheu

O sujeito entrou na Saveiro
Já caindo na gargalhada
Deu partida e saindo depressa
Foi dizendo de cara lavada
Você preste bastante atenção
Diz que ladrão que rouba ladrão
Suas penas já estão perdoadas