Entro de porre na casa vazia Moro sozinho com meu violão Pedaços duros de pão e poesia jogados na pia Perdidos no chão Tem mil palavras que vivem a espreita Quando a tristeza se torna banal Mas, quando à noite, a gente se deita Nos sonhos da gente é sempre carnaval Tem dias que a tristeza é o caminho para o samba Tem dias que a saudade se transforma em melodia E quando isso acontece sete dias por semana Até a solidão ganha um sabor de boemia Saio de casa na rua vazia Passo sozinho com meu violão Ando com fome de pão e poesia Visto a fantasia que os sonhos me dão E se pra sempre sou meio moleque Peço a poesia um pouco de paz Ela me ensina num samba de breque Que a vida e o samba é a gente que faz Tem dias que a tristeza é o caminho para o samba Tem dias que a saudade se transforma em melodia E quando isso acontece sete dias por semana Até a solidão ganha um sabor de boemia