Ai de mim Que não sou ela e nem sou tu Dizer pra ele quem que foi E quem não foi no samba Ai de mim Que já morri sem nem saber Dos alambiques e repiques Contra tempo e o bamba Ai, ai, ai Ai de mim Que nunca me queimei no sol Falar da sede, da sandália e do chapéu de palha Eu que nunca fui à feira Não dou pitaco no barraco de ninguém Eu que nunca ouvi Moreira Não atravesso o breque do samba de ninguém Ai de mim Que sempre choro sem porquê Falar da falta do que falta na casa de taipa Mesmo eu que sempre canto o meu amor Lembro do povo calejado e do corpo cansado Eu que nunca fui à feira Não dou pitaco no barraco de ninguém Eu que nunca ouvi Moreira Não atravesso o breque do samba de ninguém Eu que nunca dei bobeira Não conto até três pra esperar quem é que vai