Marcos Agra

Maneiras

Marcos Agra


Se eu quizer fumar eu fumo
Se eu quizer beber eu bebo
Pago tudo que eu consumo
Com o suor do meu emprego

Confusão eu não arrumo
Mas também não peço arrego
Eu um dia me aprumo
Tenho fé no meu apego

Eu só quero ter chamêgo
Com quem me faz cafuné
Como vampiro e morcego
É o homem e a mulher

O meu linguajar é nato
Eu não estou falando grego
Amores e amigos de fatos, tá tudo ai!
Nos lugares onde chego

Eu estou discontraído
Não que eu tivesse bebido
Nem que eu tivesse fumado
Prá falar de vida alheia

Mas digo sinceramente
Da vida a coisa mais feia
É gente que vive chorando        bis
De barriga cheia.