Mês de agosto é tão triste Quando vai chegando a tarde O meu peito não resiste O rigor de uma saudade Meu coração tu partistes Deixando duas metades Mesmo assim ainda persistes Usando só falsidade As tardes enfumaçadas É custoso de aguentar Depois vem a passarada Por todo lado a piar A perdiz lá na queimada Faz meu corpo arrepiar É triste na alvorada O choro de um sabiá Tenho pena do jaó Lá no mato sorrateiro Dá piado que faz dó Chamando seu companheiro Para mim é bem pior Sinto até um desespero Coitadinho vive só Lastimando o dia inteiro É triste viver sozinho Sem ter um pra consolar Neste mundo sem carinho É difícil de passar Eu aqui no meu cantinho Minha vida é de amargar Sou igual a um passarinho Canto pra me aliviar