Não tem nada mais ingrato Do que a velhice chegando As mãos vai perdendo o tato As pernas se trambicando Molha o bico do sapato, pra Mijar é um aperreio Côcô não faço em pinico Se acocorar dói o joelho Quanto mais velho eu fico Cada vez fico mais feio Ai, ai, ai, ai, ai, ai Ai, ai, ai, ai, ai, ai, ai, ai, ai, ai, ai, ai, ai As trochas se esvazeia, a pele Vira pelanca Vai chescendo a sobrancelha E a piroca empanca A voz vai ficando feia, a orelha Se encabela Os ossos se estiora, os quartos Se desencadela Mas passa o tempo piora, mas O velho se desonera Ai, ai, ai, ai, ai, ai Ai, ai, ai, ai, ai, ai, ai, ai, ai, ai, ai, ai, ai Os trégua é tudo encroado, da Dor da goela a canela Os orgãos é incriquiado, inchechela Até a chinela O fígado é destiorado, o couro é todo Incardido Dói estomagos, dói fumando Nem sinto os teus porsuidos O velho não tem mais tesão Os troços é tudo caído Ai, ai, ai, ai, ai, ai Ai, ai, ai, ai, ai, ai, ai, ai, ai, ai, ai, ai, ai Houve um tempo o velho gostava De ruiva de loira e morena Todas elas eu futricava, eu botava Era sem pena Chega a pimba desbotava, nos Meus tempos de rapaz Já fiz muita estripolia, mas foi Muito tempo atrás Eu pimbava todo dia, eu tô Velho não pimbo mais