Fim de semana, o pensamento me provoca Encilho meu pingo baio e me entranho nessas bibocas Farejando algum surungo à meia luz dum lampião E o olhar d'alguma prenda pra espantar a solidão Bamo simbora, se há de for não há de for nada Muito me gusta encurtar as madrugadas Me emociona este toque de cordeona Em bailanta de campanha qualquer guasca se apaixona E até o lampião, lá num canto do salão Com sua chama dançarina não perde a marcação Quando toca uma cordeona o povo todo se levanta Gritando e pedindo cancha se entreveram na bailanta Me aprochego e vou bailando a sala inteira Procurando um gaiteiro no meio da polvadeira Prendo-lhe um grito, me acarque uma bem campeira Que hoje eu vou sair dançando com a morena mais faceira Eta, gaiteiro índio louco de faceiro Que espicha o fole inteiro só pra ver o bugio roncar Deste compasso no passo não perco o tranco Vou dançando no balanço até o dia clarear