Sempre foi tão difícil esconder Tudo que eu não sabia Não deixar a mão esquerda saber direito O que a direita fazia Os fios brancos do cabelo Ah meu orgulho sem sentido Quis tocar na sua alma Pelo caminho mais comprido Ô Angel Houve um tempo em que não havia Vento capaz de lhe levar Nem o olho do ciclone Nem os grandes lábios do mar O seu choro mais pungente O que eu nunca escutava Era o rastro do mistério Que só você desvendava Ô Angel Você nadou com as baleias E foi brincar com os tubarões Nada mais pode salva-lá Nem sereias nem canções Mas não há luz suficiente Em toda essa escuridão Que possa varrer a sua sombra Dos cantos do meu coração Ô Angel É muita tinta sobre a tela Pra quem não sabe nadar Mas o castanho do seus olhos Outros olhos irão guardar Sobre o negro dessa noite Por onde sempre caminhamos Fizemos todas as promessas Tantas que já nem lembramos Ô Angel Rogo aos deuses que a proteja Mesmo sem saber rezar Que o peso nos seus ombros Não a faça envergar E que a mais fria das damas Ao lhe cobrir com o seu véu Lhe conceda um novo sopro Mais uma brisa, outro céu Ô Angel Ôô Angel