Aí vai o Galope do Tempo no seu corcel alado Não volta não salta nem para e nunca fica cansado Sua crina envolve meus sonhos sem muita cautela Com a guerra a peste a fome e a morte atreladas na sela Como se fosse em busca de algo que nunca encontrasse Deixando seu rastro nos vincos e rugas dessa minha face Seus olhos gigantes não dançam nem piscam parecem dopados Assim vai o Galope do Tempo no seu corcel alado Quando lhe encontrei não acreditei, pois você não existia Como pode a Ciência tentar explicar tamanha bruxaria Esse pequeno invasor na noite do ventre, vir a tona um dia Mas parece que hoje é apenas o ontem de amanhã Então foi agora nem faz uma hora Adão mordeu a maçã Sinto raiva do tempo, mas adoro esse vento Que ele insiste em soprar Expulsa por um aviso, ave do Paraiso, meus Braços erguidos irão te amparar Aí vai o Galope do Tempo no seu corcel alado Sua trilha, caminho, nosso rumo e destino, seu significado Vamos tentando encontrar algo que justifique esse estranho legado Com a vida pulsando entre as patas e cascos desse corcel alado