Atraído pela fúria do silêncio quebrado Da angústia da rua, do enjoo Do cheiro do esgoto Da pobreza nua que ninguém vê Da morte no encalço, o descaso Um menino descalço Projeto de vida não executado Da lida, da vida, bandida Faces carrancudas, tristeza na fronte Vendo tudo da ponte Distante de tudo Barrigas com fome O destino fumado Olhar delirante, embaçado Perdido traga a morte Infeliz, abandonado, marcado Lembra do que nunca quis ser Cospe os dentes da boca Vomita o ódio, ópio do povo Novo morto vivo