Onde será que me conto É na beleza dessa flor que vejo Num sorriso bem escancarado Num olhar discreto e avexado É no grito de uma guitarra No sussurro da viola Como será que me conto Vestindo preto, branco ou epiderme Cantando bossa, rock ou guarânia Fazendo verso ou conversando em prosa Impertinentemente agitada Ou respirando com a mente focada Onde será que me perco Será no excesso desse amor que entrego Na inconstância dos mares de mim Em toda essa paixão Flutuando, deslocada, a pé Livre da razão Onde será que me encontro No exagero da forma que nego Será na luz que me faz enxergar Ou no escuro que eu não quero olhar Vive isolado num platô sereno Ou tá aqui agora e eu não tô vendo