Bate aberta a porta da casa E sai, noite escura, de pobre luar Trança os braços torto E ganha a cidade deserta Decide parar Ela não tem pensamento Não é igual nem aumento Corpo de pele e olor Tira a camisa, que pisa Descalça, despida, distante do chão Gira a saia solta Na dança do tempo perdido Visão, ilusão Ela não quer companhia Não é nem pareceria Febre de se abandonar Os seus cabelos grandes e loiros Escondem metades de se adivinhar Os ombros oblongos, O rosto, o rastro, As curvas que o vento cortar Ela não tem sentimento Não tem sorriso ou lamento Tonta de passo e de olhar