Eu te pergunto porque tanto preconceito No Carrefour de Porto Alegre Assassinaram mais um preto Cadê os meus direitos Ninguém interfere No Brasil, a cor da pele Matou Mariele Sem peso na consciência Polícia truculenta Quando vê um negro Ou mata, ou arrebenta Você pode crer Não vai pagar pra ver PM sanguinário Vai te fazer sofrer Mesmo sem tu merecer Tu vai levar sacode Cassetete na cabeça Até miolo explode Pare de bobeira PM com palavras grosseiras Desmaia um negro Na cidade de Caieiras Ofende, agride, chama de lixo Abaixa a bola negão Pra mim, você é bicho É muito ódio acumulado É valentão demais Só por que está fardado O negro foi hostilizado U PM esquisito Parecia embriagado Si pá até drogado Soco na boca, é sem chance Sem tempo pra revanche O negro cai desacordado Essa parada deixa a gente revoltado Pior que esse safado É funcionário do estado I sabe o que é pior Ele só foi afastado Mais um negro, com direito violado Na América George Floyd assassinado Policial ajoelhado Pescoço prensado Morreu asfixiado Eu não consigo respirar Era o que ele dizia Mais um negro assassinado Pra festa da burguesia Ele não teve sorte Tentou até ser forte Ser negro hoje em dia É uma sentença de morte A playbozada ri Não adianta ser esperto No dia de Zumbi Aconteceu com João Alberto O povo entristece O ódio prevalece No Brasil, a cor da pele Matou Mariele Santo Cristo, fosse negro Tivesse vivo E morasse no Brasil Tomava um tiro de fuzil Du PM do Rio E o maldito Bolsonaro Fingiria que não viu Refrão Nas favelas Ou nus navios Os negros sofreram E ninguém nunca viu Nas senzalas Até mesmo num sótão A resistência negra Vidas negras importam Nas senzalas Até mesmo num sótão A resistência negra Vidas negras importam Entre idas e vindas Na vida perrengue passamos Quantas coisas vivemos E quantas vivenciamos Com erro aprendemos Não devemos desistir Sempre foco na missão E no que está por vir Firme e forte na fé Sempre mantendo a conduta Não abaixando a cabeça Pra filha da puta Que quer te criticar Quer te humilhar Em meia á tanta desigualdade Na sociedade Que enxerga Mais não tem a visão Da denominação Da discriminação Nós temos nossas próprias raças Culturas e Religião E mais uma vez O negro foi alvo Não teve argumento Perdeu pro preconceito O mal estava feito Fechou os seus olhos Sem saber seus direitos Quanta crueldade, calamidade E os direitos iguais da sociedade Cadê a caridade A humildade, o pudor Tem gente que nasce em berço de ouro E nem dá valor E quantos que nascem em becos, vielas, favelas Querem uma chance de se tornar doutor Então pelo amor Não existe branco Negro, pobre ou rico É a nossa alma Que nos mantém vivos Si jogam do abismo Com tanto racismo Não é pesimismo É só vitimismo Que nós vemos aqui Onde já se viu Tanta corrupção que corrói o Brasil Bombas igual Chernobil É só Katana Kill Bill Um bando de alienado Em quem confiar Nem na própria sombra As pessoas enganam Ando meio cabreiro Tem que ficar ligeiro Tem muita pele de lobo em cordeiro Muita gente infame Cê pensa é um arraso Promete, faz caso No fundo não vale nem um taso Tem que marcar prazo Pra não si afogar no raso Na selva de concreto Até o diabo, veste terno Realidade é cruel Superman vem do inferno Preconceito é mato Nesse mundo moderno Nas favelas Ou nus navios Os negros sofreram E ninguém nunca viu Nas senzalas Até mesmo num sótão A resistência negra Vidas negras importam Nas senzalas Até mesmo num sótão A resistência negra Vidas negras importam