Majestade e Imperador

Poço Mal Assombrado

Majestade e Imperador


Tem gente que não acredita
Em caso de assombração
Mas comigo aconteceu
Lá pra banda do sertão

À noite eu ia pescar
Com muita satisfação
Na barranca do rio Tigre
No Poço do Mangueirão

Há muitos anos atrás
Diziam no povoado
No Poço do Mangueirão
Morreu um homem afogado

Então ninguém mais pescou
No poço mal assombrado
Eu falei, não tenho medo
Eu vou pescar sossegado

Eu falei pra minha mãe
Esta noite eu vou pescar
No Poço do Mangueirão
Até o dia clarear

Quero ver se a assombração
Tem peito pra me enfrentar
Se acaso ela aparecer
Na água vou lhe jogar

Cheguei na beira do poço
Pisando bem devagar
A noite estava escura
Porque não tinha luar

Joguei meu anzol na água
E fiquei a esperar
Era meia-noite em ponto
Começou a trovejar

De repente eu senti
Na vara um grande puxão
Ao tirar o anzol da água
Doeu meu coração

O meu corpo arrepiou
Eu fiquei paralisado
Ao ver um grande esqueleto
No anzol dependurado

Joguei a vara na água
E saí na disparada
Pois a minha valentia
Para mim não valeu nada

Levei um susto tremendo
Quase que perdi a fala
Falo com sinceridade
Não abuso mais de nada