Oh! Minuano do sudoeste Ventinho frio do anoitecer Na primavera de minha vida Sinto o inverno se aproximar Enfrento a chuva miúda e fina Que a lei do carma me faz viver Os grandes erros de outras vidas Aqui na Terra eu vim pagar Venho de longe, de muito longe De algum pontinho da eternidade Um prisioneiro dos próprios atos Pagando agora suas ações Tal qual a todos, nasci chorando Sem ter a chance de liberdade Pois vim cumprir a minha sentença Neste planeta de provações Humanidade que pouco a pouco No próprio erro quer se afundar É impossível qualificar Tanta maldade que todos tem Porém conforme disse um poeta Não tenho chance de condenar Não me assiste esse direito Pois sou um pobre humano também Não tenho nada de puritano Pelo contrário, errei demais A alma vulgar de pouca cultura Que vem dos tempos dos filisteus Mas não lamento as amarguras Pois afinal em linhas gerais A dor ensina a alma impura Como chegar mais perto de Deus