Só em ano de eleição que na quebrada tem reforma Só quando morre um boy que querem falar sobre drogas Só de ver o meu bonde a viatura já retorna Só quando é preto e pobre que o homicídio some as provas Só da ponte pra cá que essa farda suja forja Só da ponte pra lá que eles tudo vira corja Só pra contrariar sumi na fuga de meiota Só dá pra acompanhar se for do fúria em duas rodas Só pra nós marola passar no baile duas horas Só pra nós começar já desce um combo e chama as nova Só pra tumultuar coloca aquela do sabota Só pra quem quer lembrar o quanto a zona sul é foda É que eu não sei pra onde esse mundo vai Mas pelo menos eu sei pra onde eu vou 500 anos de Brasil aqui nada mudou Mas lembro de anos atrás e olha onde eu tô Quando eu descobri meu rap Eu e mais 3 moleques Bafiando tags Ouvindo mos def Definitivamente Procurando raps Carburando becks Escutando tracks Tranquilamente dichavando quilos Subindo a curva do s 2017 no espaço reggae Nem me lembro como vivi aquilo Vi o brr, Daniel e o redd Projeto mais rap Allfavela organizando o terrorismo E eu não brinco Pelo campo limpo Depois das dez horas qualquer mano vira gringo Quer falar difícil Vem de outra cidade Foge, fica liso, ou vira peita de saudade Adversidades na favela todos temos A diversidade da favela todos somos Na sinceridade, tudo é questão de tempo, após resultados irão se perguntar como? Eu vivo o meu sonho e foda-se Não pago minhas contas com a sua opinião E nem quero o seu bom conselho Sempre fui estranho, foda-se Hoje tem quem procura o magrão enquanto se olha no espelho É que eu não sei pra onde esse mundo vai Mas pelo menos eu sei pra onde eu vou 500 anos de Brasil e aqui nada mudou Mas lembro de anos atrás e olha onde eu tô É que eu não sei pra onde esse mundo vai Mas pelo menos eu sei pra onde eu vou Essa vivência me fez ser o que eu sou Lá fora é uma sala de aula Numa tarde fria vários corações gelados Sentem agonia maldições de seus pecados De uma sinfonia com arcanjos mascarados Tiro a sintonia prum arranjo consagrado Criptografias do meu gene Coreografias que viram meme Corro a grafia não da sirene Pro correria não surpreende a covardia desses PM Até quem não deve pra eles teme Norte, sul, leste, oeste, abc e baixada Que Deus guarde os pretos que vivem nessas quebradas Que a paz alcance a mulecada E que eles se inspirem nas minhas rimas improvisadas Visão de futuro é estudar e ter dinheiro Pensar na família No seu corre E nos parceiros Ser o mesma fita Sempre humilde e verdadeiro Esses são alguns Dos mandamentos maloqueiros É que eu não sei pra onde esse mundo vai Mas pelo menos eu sei pra onde eu vou 500 anos de Brasil e aqui nada mudou Mas lembro de anos atrás e olha onde eu tô É que eu não sei pra onde esse mundo vai Mas pelo menos eu sei pra onde eu vou Essa vivência me fez ser o que eu sou A rua é uma sala de aula