Se chover na madrugada em que eu procuro o meu caminho será vaga a nostalgia que outro charco faz viver a canção lânguida e lenta de quem vai devagarinho em cada charco uma mágoa que não se pode esquecer tenho ideias que não tenho, sentimentos que não sinto sou imagem de outra imagem que se fez não sei de quê procurando a minha rota, descobrindo o que não minto e o que minto atiro fora para nascer outra vez não sou forte nem sou pedra nem sou muro levantado nem sou obra que se erga pouco a pouco, tempo afora antes sou como uma ideia que se despe do passado uma planta enraizada na sina da sua hora se chover na madrugada em que eu procuro o meu caminho e eu cair em cada charco mas seguir por onde vou deixarei de olhar no rio de todos mas tão baixinho porque é mais profundo o charco onde o que vejo é o que sou