Poeta que tiveste Tal como eu Mundos de versos Que ninguém sonhou Fosse eu a sombra desenhada Que do mundo se perdeu E algum dia em teus versos Se encontrou Com outro irmão do livro Que já foi meu Feito de versos Onde alguém passou Fosse eu a flor mais delicada Que do mundo se perdeu E algum dia em teus versos Se encontrou Não digas não À vida que criaste Não digas não Não digas não Em cada verso à vida te entregas-te E a vida cai inteira Em tua mão Poeta que ninguém compreendeu E em silêncio a sorte renegou Fosse eu a fé transfigurada Que do mundo se perdeu E algum dia em teus versos Se encontrou Não digas nada Não digas nada Pois cada sonho É chama sem ser brasa E o sonho cabe inteiro Em tua mão E o sonho cabe inteiro Em tua mão E a vida cabe inteira Em tua mão.