Em menina fui à escola P´ra aprender A escrever, a contar A viver E as palavras eram mundos encantados Só lá ia quem sabia tirar os significados Pouco a pouco Fui largando o dicionário À medida que na vida Fiz o meu caderno diário E as palavras que este mundo Que em criança entrevi Letra a letra, uma a uma, Mágoa a mágoa eu perdi No teu amor há letras de falsidade Leio a mentira onde escreveste verdade Letras mortas, uma esperança, uma ilusão Letra devolvida e também o perdão São iguais. mas agora onde estou Tão sem norte que uma vida é vida demais Pra nós se é destino caminhamos Tuas mãos em minhas mãos Caminhemos lado a lado Meu amante mas irmão são iguais Nas palavras Mas agora onde estou